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A free sample of the book "Rainbow Flavours and Other Scents" by the Armenian Writer Shmavon Azatyan is now available here:
https://www.microsoft.com/store/apps/9wzdncrd8ccl
Enjoy.
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A free sample of the book "Rainbow Flavours and Other Scents" by the Armenian Writer Shmavon Azatyan is now available here:
https://www.microsoft.com/store/apps/9wzdncrd8ccl
Enjoy.
A solidão come-se em dedaços secos de pão.
Sim, se não houver ninguém que vá buscar o pão fresco do dia,
se não houver quem nos estenda a sua doce mão,
se não houver um outro peito, vivo, cheio do calor bruto de um vulcão.
A solidão ouve-se em instantes sem som.
Sim, se não houver quem nos acene dádivas em palavras,
se não houver quem reconheça no falar um dom,
se na página branca não houvessem palavras em criança aprendidas.
A solidão come-se, ouve-se mas, não se aceita.
Sim, mas compreende-se e habita em todos,
ainda que ninguém a queira acolher,
surge ofuscante como a estrela inesperada que risca o céu.
Utopia, na feira do livro, foi o cheiro fétido a sonhos impossíveis mas, também, as flores sozinhas, abandonadas no chão, no seu azul arroxeado, bêbado do cheiro a pólen, capazes de se prostrarem à minha beira, na sua inocência indecente...
Sonhos loucos de Verão, aprisionados num recipiente de papel, como batatas fritas com molhos, ali devoradas por mim, para no fim sobrar apenas uma recordação, um céu quente, com uma cor sem nome... sem palavras que a descreva. Um símbolo daquele caminho que as palavras não nos permitem seguir. Tão só um sonho, desprezado por muitos mas, não por mim, durante aquela visita apaixonada.
[continua]
Do crepúsculo telúrico, do olhar lacrimejante,
Do Domingo último, do sol que se põe...
E do cedo feito tarde, da lareira outrora fumegante,
Da sede na boca, à qual a saliva se opõe...
Hora derradeira essa, triste, de promessas que se esvanecem,
Da Fénix para sempre morta, do universo no horizonte do mundo.
E na mão suave, resta a madeira muda do carpinteiro. Pessoas padecem...
Resta a liberdade vazia, por decreto, à deriva no oceano profundo...
Na noite fria, o gélido infinito firmamento
Disposto sobre mim, naquele longo Verão
Pleno d’aquela luz difusa que fazia o momento:
Aglomerado de estrelas libertas no coração.
Então, devagar, sai sub-repticiamente de casa a senti-las,
Embrenhando-me a gosto naquela salpicada escuridão
Imaginando plenamente o azul em fogo a consumi-las
E eu ser seu amante, com elas, em terna e eterna comunhão.
Até que vi um rasgo imenso de luz no céu,
Palmilhando-o poderoso, qual salpico Divino.
E desejei, à estrela cadente, algo de bom naquele breu,
Sentindo a sua poeira quente a apagar-se em mim:
Perfurar-me, pertencer-me e eu pertencer-lhe cosmicamente.
Num estelar e resignado desfecho de morte, sermos UM por fim…
Eu um cabelo d’ela e ela a Rainha da imensa Via Láctea:
Tão só, a linha extra de um poema livre!
Ao voltar da página quero um golpe de asa por dia.
Um amor a cada esquina.
A espada numa mão e uma estrela na outra.
Querer ser nada e respirar o universo na profundeza da sua nano
poeira cósmica. Voar como quem nada, sonhar como quem delira.
Translation:
When I return
When I turn the page I want a great achievement per day.
A pure and simple love.
The sword in one hand and a star in the other.
Wanting to be nothing and to breathe the universe at the profundity of
the smallest cosmic dust. To fly as whom swim, to dream as whom is delirious.
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