Poema - Quando solidão
Quando a solidão me dá a volta
E eu fico sem letra nem harmonia
Passeio e canto improviso em língua imaginária
Uma canção de alegria assumidamente louca
E ando sem parar já com a voz rouca
Vou nem muito depressa nem muito devagar
E paro quando sinto uma onda de vento
Que me leva a pensar para mim mesmo:
Os castelos caem e deixam-nos a sós
A olhar os espelhos e uma vida cheia de nós
E se por acaso viajo de metro
Em tempo ignoto que me escapa: adormeço
Com o ruído do embalar dos carris
É então que inesperadamente sonho felicidade
Que me alucina e preenche ao acordar de novo na cidade.