O retrato a letras da Feira do Livro de Lisboa 2014 - 1a parte
Utopia, na feira do livro, foi o cheiro fétido a sonhos impossíveis mas, também, as flores sozinhas, abandonadas no chão, no seu azul arroxeado, bêbado do cheiro a pólen, capazes de se prostrarem à minha beira, na sua inocência indecente...
Sonhos loucos de Verão, aprisionados num recipiente de papel, como batatas fritas com molhos, ali devoradas por mim, para no fim sobrar apenas uma recordação, um céu quente, com uma cor sem nome... sem palavras que a descreva. Um símbolo daquele caminho que as palavras não nos permitem seguir. Tão só um sonho, desprezado por muitos mas, não por mim, durante aquela visita apaixonada.
[continua]