Na noite fria, o gélido infinito firmamento
Disposto sobre mim, naquele longo Verão
Pleno d’aquela luz difusa que fazia o momento:
Aglomerado de estrelas libertas no coração.
Então, devagar, sai sub-repticiamente de casa a senti-las,
Embrenhando-me a gosto naquela salpicada escuridão
Imaginando plenamente o azul em fogo a consumi-las
E eu ser seu amante, com elas, em terna e eterna comunhão.
Até que vi um rasgo imenso de luz no céu,
Palmilhando-o poderoso, qual salpico Divino.
E desejei, à estrela cadente, algo de bom naquele breu,
Sentindo a sua poeira quente a apagar-se em mim:
Perfurar-me, pertencer-me e eu pertencer-lhe cosmicamente.
Num estelar e resignado desfecho de morte, sermos UM por fim…
Eu um cabelo d’ela e ela a Rainha da imensa Via Láctea:
Tão só, a linha extra de um poema livre!